segunda-feira, 16 de março de 2015

Ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque volta a ser preso pela PF

Quarenta policiais prendem o ex-diretor de Engenharia da Petrobras, o empresário Adir Assad e o filho do operador Mário Góes. A ordem é cumprir 18 mandados de busca e de detenções.

O ex-diretor de Serviços e Engenharia da Petrobras Renato de Souza Duque voltou a ser preso pela Polícia Federal (PF) nesta segunda-feira (16/3), no início da décima fase da Operação Lava-Jato. Duque foi encontrado por agentes na casa dele, no Rio de Janeiro. Na ação, 40 policiais cumprem 18 mandados desde às 6h, na capital carioca e em São Paulo. Também foi preso o empresário paulista Adir Assad, investigado na CPI do Cachoeira. As duas prisões são preventivas.


Quatro prisões temporárias são cumpridas contra Lucélio Góes, Sônia Mariza Branco - ligada à empresa de publicidade Rockstar - e Dário Teixeira - mencionado na delação premiada do executivo da Toyo Setal Augusto Mendonça. A 13ª Vara atendeu o pedido do Ministério Público Federal (MPF) para prender ainda Sueli Maria Branco, mas a ordem não foi cumprida, já que a mulher é falecida.

Outros 12 mandados de busca e apreensão também eram previstos para esta etapa da operação. Todos os presos devem ser levados para o Paraná. Entre os crimes investigados nesta etapa da Lava-Jato, intitulada de "Que país é esse?", estão associação criminosa, corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro, uso de documento falso e fraude em licitação.

Propinas

Para a investigação, Duque é o elo do PT com o esquema de desvios na petroleira. Ele é acusado de receber propinas para empreiteiras e estaleiros fecharem contratos com a Petrobras, tendo sido indicado pelo PT para o cargo, segundo o ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa.

Já a prisão de Assad é motivada porque a PF entende que ele é mais um operador, função semelhante à do doleiro Alberto Youssef, do tesoureiro do PT, João Vaccari, e de dezenas de outros investigados: conseguir meios de pagar e receber propinas entre os agentes políticos, funcionários da petroleira e os agentes econômicos de desvios na Petrobras, segundo a tese dos investigadores.

A PF ainda prendeu o filho do operador Mário Góes. Lucélio Góes foi detido assim como ocorreu com seu pai no mês passado, na 9ª fase da operação. Segundo a PF, Mário Góes viabilizava os pagamentos de propinas dos estaleiros para funcionários da Petrobras.

Habeas corpus

Duque foi preso em 14 de novembro, na sétima fase da Lava-Jato. Mas foi solto em dezembro pelo ministro relator da Operação no Supremo Tribunal Federal, Teori Zavascki. O procurador geral da República, Rodrigo Janot, pediu em janeiro que ele voltasse à cadeia, mas a 2ª Turma do tribunal o manteve solto em fevereiro.

Cinco delatores da Lava-Jato – o doleiro Alberto Youssef, o ex-diretor Paulo Roberto Costa, o ex-gerente Pedro Barusco e os executivos da Toyo Setal Augusto Mendonça e Júlio Camargo – acusaram Duque de receber propinas do esquema de corrupção na Petrobras. Os subornos seriam pagos por empreiteiras e estaleiros para fecharem contratos com a Petrobras. Parte do dinheiro seguia para o PT, que patrocinou a indicação de Duque. O ex-diretor de Engenharia nega as acusações e até a indicação dos petistas para o cargo.

Segundo o relator da CPI do Cachoeira no Congresso, deputado Odair Cunha (PT-MG), Assad recebeu R$ 265 milhões da empreiteira Delta Construções, de Fernando Cavendish. Os desdobramentos da comissão de inquérito renderam uma investigação da PF contra Assad, a Operação Saqueador.

O Imparrcial



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