Uma clínica particular no município de Bacabal, localizado a 240 km de São Luís, e que realiza hemodiálise em pacientes da região, ameaça parar os atendimentos por falta do repasse da verba realizado pelo Governo do Maranhão. A Biorim alega que não recebeu R$ 1,4 milhão que é usado para custear o tratamento de 290 pessoas na região.
De acordo com a clínica Biorim, o dinheiro referente aos atendimentos realizados nos meses de julho e agosto deste ano, deveria ter sido repassado no início do mês. A clínica é a única na região especializada no tratamento de pacientes renais dos municípios de Bacabal, Santa Inês e Zé Doca.
"A clínica depende do recurso para sobreviver, para a gente manter vivos os 290 pacientes que aqui dialisam. E nós estamos com dois meses em atraso. Contraímos dívidas, temos que pagar os fornecedores, funcionários, os médicos que aqui trabalham e dois meses, é uma situação calamitosa, é uma situação preocupante", explica Afonso Paulo Ferro, diretor da clínica Biorim.
Segundo a Associação Brasileira dos Centros de Diálise e Transplante (ABCDT), os valores já foram repassados pelo governo federal ao Estado do Maranhão nos dias 12 de agosto e 16 de setembro, mas até o momento, o dinheiro ainda não foi repassado a clínica.
Por meio de nota, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) informou que a clínica não apresentou a documentação necessária, apontada pela auditoria, para cumprir com o pagamento do serviço. Além disso, a SES afirma que o pagamento do mês de julho já foi realizado, após ter sido resolvidas pendências referentes ao período.
Obras paradas em centros de hemodiálise
Cerca de 2 mil pacientes no Maranhão dependem do tratamento de hemodiálise que é realizado por clínicas particulares no Estado, que recebem verbas da Secretaria Estadual de Saúde (SES) ou das secretarias municipais. Em 2014, o governo do Estado recebeu R$ 7,5 milhões para a construção de sete centros de hemodiálise em cidades maranhenses, mas seis obras continuam paradas.
A única unidade entregue foi o Centro de Hemodiálise de São Luís, há cerca de um mês. Há duas semanas, das 42 máquinas do local, apenas 14 estavam funcionando e as demais ainda estavam embaladas. A SES alega que cerca de 90 pacientes estão na fila de espera para o tratamento de hemodiálise na Região Metropolitana de São Luís, e que as máquinas estão sendo ligadas de forma gradativa.
No interior do estado, a fila de pacientes que aguardam por atendimentos é ainda maior. Os que não conseguem tratamento em clínicas, precisam encarar longas e cansativas viagens até a capital ou cidades próximas para conseguir realizar o procedimento.
G1MA
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